Em um anúncio considerado histórico, o presidente dos Estados
Unidos declarou um cessar-fogo entre Irã e Israel, marcando o encerramento de
um confronto armado que durou onze dias.

Segundo a proposta aprovada pelo gabinete israelense, o Irã
iniciaria a trégua às 7h da manhã, enquanto Israel cessaria suas ofensivas 12
horas depois.

A decisão, selada após diálogo entre o primeiro-ministro
israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente norte-americano Donald Trump,
foi saudada por este último como "um dia grandioso para o mundo".
Trump afirmou acreditar que "Israel e Irã nunca mais trocarão tiros".

A expectativa imediata é que os voos comerciais sejam
retomados e que a atividade econômica na região se estabilize rapidamente.

No entanto, o cenário no campo militar revelou um alto custo
estratégico para o Irã. Ao longo da ofensiva, forças israelenses, com o apoio
dos EUA, destruíram instalações nucleares iranianas, eliminaram dois terços dos
lançadores de mísseis de longo alcance e neutralizaram a liderança militar do
regime em Teerã.

Foram também atingidos centenas de alvos considerados
estratégicos. O Irã, por sua vez, lançou ataques que resultaram na morte de 30
civis e atingiu infraestruturas como o Instituto Weizmann e um hospital.

Mesmo após o anúncio do cessar-fogo, novas hostilidades
ocorreram. Um ataque a Ber Sheva, momentos após o início oficial da trégua,
deixou cinco mortos quando um míssil atingiu um prédio residencial — inclusive
pessoas que estavam abrigadas em compartimentos reforçados.

Além disso, o Irã violou o acordo disparando mísseis contra o
norte e o centro de Israel horas depois do pacto entrar em vigor. Diante da
violação, Israel prometeu uma resposta "estrondosa", enquanto Trump
declarou que tanto Israel quanto Irã romperam os termos do cessar-fogo, embora
Tel Aviv tivesse assumido o compromisso de aguardar o fim das ações iranianas
antes de suspender suas ofensivas.

André Lajst, da organização StandWithUs, avaliou que a
operação conduzida por Israel foi uma das mais ousadas e eficazes de sua
história. Segundo postagem nas redes sociais, os danos causados ao regime
iraniano foram profundos e a ameaça de um Irã nuclear foi, por ora,
neutralizada. Lajst defende que a vitória militar deve agora ser canalizada
para um processo de negociações, incluindo a libertação de reféns em Gaza,
avanços diplomáticos com a Síria e a formalização de um pacto com o Líbano.
Segundo ele, após uma ofensiva dessa magnitude, as condições para uma paz
regional se tornaram mais favoráveis.

Thiago Guerreiro – Conectv Atlanta