O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta quarta-feira
(13), a revogação do visto de entrada do secretário de Atenção Especializada à
Saúde do Brasil, Mozart Júlio Tabosa Sales, e de Alberto Kleiman, ex-integrante
da administração federal.

A decisão foi divulgada pelo secretário de Estado, Marco
Rubio, que chefia a diplomacia do governo Donald Trump.

Segundo Rubio, a medida está relacionada ao programa Mais
Médicos, criado no governo Dilma Rousseff para suprir a escassez de
profissionais de saúde em regiões carentes do Brasil.

Para o governo americano, o programa teria servido como
instrumento para o “esquema cubano de exportação de trabalho forçado”.

Mozart é o primeiro membro do governo Lula a ter o visto
cancelado pela gestão Trump, o que gerou apreensão entre autoridades
brasileiras, temendo novas sanções. Até o momento, ministros do Supremo
Tribunal Federal, o procurador-geral da República e familiares já haviam sido
alvo da mesma medida.

A embaixada dos EUA no Brasil confirmou a punição e reforçou
as acusações contra a participação de ex-funcionários da Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS) no esquema.

Alberto Kleiman, que já atuou na Presidência da República e
no Ministério da Saúde, atualmente coordena ações da COP-30 na Organização do
Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).

Ele também já foi diretor na OPAS, responsável por
intermediar a contratação de médicos cubanos para o programa.

O Departamento de Estado afirmou que a decisão integra uma
ampliação das restrições de visto a pessoas ligadas a Cuba, incluindo
funcionários de governos estrangeiros que, segundo os EUA, apoiem o envio de
mão de obra forçada.

No Brasil, o Mais Médicos chegou a ter quase metade de seus
profissionais vindos de Cuba, mas perdeu força durante o governo Jair
Bolsonaro, que criticava a presença de médicos cubanos.

A parceria foi encerrada por Havana em 2018, mas o programa
voltou a ser expandido em 2023, com 26 mil médicos, sendo a maioria
brasileiros.

Thiago Guerreiro – Conectv Atlanta